Durante séculos, os cientistas notaram que as plantas se alongam e se dobram para garantir o acesso à luz solar.No entanto, os mecanismos precisos por trás desse fenômeno ainda não são claramente compreendidos.Agora, uma equipe de pesquisa liderada pelo Salk Institute for Biological Research em San Diego, Califórnia, descobriu que dois fatores vegetais – a proteína PIF7 e o hormônio do crescimento auxina – são os principais gatilhos que aceleram o crescimento quando as plantas são sombreadas pelo dossel e expostas a temperaturas quentes simultaneamente.Essas descobertas podem ajudar os cientistas a prever como as plantas responderão às mudanças climáticas e possivelmente aumentar a produtividade das culturas, apesar dos efeitos prejudiciais do aquecimento global.“No momento, cultivamos culturas em certas densidades, mas nossas descobertas indicam que precisaremos diminuir essas densidades para otimizar o crescimento à medida que nosso clima muda”, disse a autora sênior do estudo Joanne Chory, especialista em Biologia Molecular e Celular de Plantas no Salk. Instituto.“Compreender a base molecular de como as plantas respondem à luz e à temperatura nos permitirá ajustar a densidade das culturas de uma maneira específica que leva aos melhores rendimentos”.Durante a brotação, as mudas alongam rapidamente seus caules para romper o solo e obter acesso à luz solar o mais rápido possível.Embora o caule geralmente diminua seu crescimento após ser exposto à luz solar, ele pode se alongar rapidamente novamente se a planta estiver competindo com as plantas vizinhas por luz ou em resposta ao aquecimento da temperatura para aumentar a distância entre as folhas e o solo quente.Embora tanto a sombra do dossel quanto as temperaturas quentes induzam o crescimento do caule, elas reduzem o rendimento.Usando a planta modelo Arabidopsis thaliana, plantas de tomate e um parente próximo ao tabaco, os pesquisadores investigaram os fatores que levam ao crescimento das plantas sob a sombra do dossel e em temperaturas quentes – uma condição que imita a alta densidade das culturas durante as mudanças climáticas.Eles descobriram que em todas as três espécies, as plantas ficaram mais altas ao tentar evitar a sombra do dossel criada pelas plantas vizinhas, enquanto eram expostas a altas temperaturas.Análises moleculares revelaram que o fator de transcrição PIF7 – uma proteína que desempenha um papel fundamental na ativação e desativação de certos genes – era o fator dominante que impulsionava o aumento do crescimento.Além disso, quando as culturas detectaram plantas vizinhas, o hormônio do crescimento auxina também aumentou, promovendo um crescimento rápido em resposta a temperaturas mais quentes simultâneas.Assim, a via sinérgica PIF7-auxina é o que permite que as plantas respondam aos estressores ambientais e se adaptem para buscar as melhores condições de crescimento.“As temperaturas globais estão aumentando, então precisamos de culturas alimentares que possam prosperar nessas novas condições.Identificamos os principais fatores que regulam o crescimento das plantas durante temperaturas quentes, o que nos ajudará a desenvolver culturas de melhor desempenho para alimentar as gerações futuras”, concluiu o professor Chory.O estudo foi publicado na revista Nature Communications.Por Andrei Ionescu, redator da equipe do Earth.com