A Kia aproveitou o evento Brazil Classic Kia Show 2022 em Araxá, MG, do qual foi patrocinadora neste ano, para apresentar a quinta geração do seu suve médio, o Sportage. Lançado no Brasil em 2002, o suve já teve motorização Diesel e tração 4×4, passou pela tropicalização com versões flex e agora chega apenas para gasolina e sistema hibrido leve com bateria de 48 volts. Questionados sobre a possibilidade de versão flex, os executivos da Kia não descartam e nem confirmam a possibilidade. Porém, com volume de importação de 250 carros/mês, acredito ser difícil pagar o desenvolvimento e homologação de uma versão exclusiva para o Brasil.
O novo modelo já havia sido anunciado no final de junho e noticiado pelo Fabrício Samahá, mas os preços inicialmente publicados já foram majorados e passam a ser:
Sportage EX – R$ 224.990 Sportage EX Prestige – R$ 259.990
O primeiro lote de veículos, que é importado da Eslováquia, já foi totalmente comercializado pelas concessionárias da marca, e a novidade fica pelas opções de cores, que saindo do básico branco, preto, cinza e prata, chega também com três cores muito atraentes, verde Aventura (metálico), vermelho Infra (metálico) e cinza Penta (metálico), que mais parece um azul.
Definitivamente o novo Kia Sportage não é mais do mesmo que temos visto em outros fabricantes. Neste caso é uma nova geração, a quinta a chegar no Brasil, e vem com muitas modificações estéticas e mecânicas. A começar pela novidade do sistema híbrido leve de 48 volts que permite circular em dias de rodízio na cidade de São Paulo.
Um parêntese aqui: se o rodízio em São Paulo foi criado para diminuir o trânsito nos horários de pico da manhã e da tarde, por que os veículos híbridos e elétricos são desobrigados de cumprir com essa restrição? Está aí mais uma prova que nossas autoridades municipais não sabem por que ainda temos rodízio em São Paulo, a não ser como fundo arrecadatório.
Em relação à versão anterior o novo Kia Sportage cresceu 30 mm no comprimento total, tendo agora 4.515 mm. Cresceu 10 mm no entre eixos, passando a 2.680 mm, e cresceu 10 mm na largura e altura, passando a 1.865 mm e 1.645 mm respectivamente. Esse crescimento externo trouxe uma melhor distribuição do espaço interno, sendo que a distância entre bancos teve acréscimo de 25 mm, dando maior espaço para os ocupantes do banco traseiro. O ganho de espaço para as pernas foi de 26 mm e o assento traseiro está 13 mm mais alto. O porta-malas tem 562 litros de capacidade, podendo ser expandido para 1.751 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.
Utilizando a nova plataforma N3, já está preparado para a eletrificação e utiliza aços de alta resistência para proporcionar maior segurança e maior rigidez, contribuindo para melhor conforto e durabilidade. Essa plataforma permite montar veículos híbridos ou puramente elétricos. Continua com suspensão dianteira McPherson e traseira, multibraço.
O sistema híbrido utilizado no novo Sportage é o MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle – veículo elétrico hibrido leve) que utiliza bateria de 48 volts posicionada na traseira do veículo, onde iria o estepe, que é substituído pelo kit de reparo de pneus, e um motor-gerador em vez do alternador normal. O motor-gerador tem dupla função: gerador acionado pelo motor a combustão ou quando em condição de freio-motor, aproveitando a energia cinética, e motor, tanto para dar partida no motor a combustão quanto para produzir potência que se associa à do motor a combustão quando o motorista demanda mais potência, como nas acelerações. Para isso sua conexão com o motor é por uma correia poli-V reforçada e sua fixação ao bloco tem certa elasticidade para absorver seu torque ao atuar.
Segundos dados apresentados pela engenharia da Kia no Brasil, este sistema híbrido leve tem custo de fabricação de aproximadamente 700 euros, enquanto sistemas híbridos completos podem alcançar até 3.000 euros, e os sistemas plugáveis passam dos 7.000 euros. Essa é a razão de a Kia e outros fabricantes estarem adotando esse conceito híbrido leve, atender as regulamentações que obrigam os carros a emitirem menos CO2 por meio da redução de consumo de combustível.
O motor quatro-cilindros de1,6 l turbocarregado utiliza sistema de variação continua de fase e tempo de abertura de válvulas. Com esse recurso é possível aumentar a pressão do turbo em até 3% em regimes de baixa rotação e entregar até 3% de melhoria na eficiência energética. As partidas do motor ficam rápidas e silenciosas, pois ao diminuir o tempo de abertura de válvulas, a pressão de compressão também é reduzida, dando rapidez na partida.
São quatro válvulas por cilindro, turbocarregador que trabalha com pressão relativa de até 1,5 bar, injeção direta e que entrega potência máxima de 180 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 27 m·kgf entre 1.500 e 4.500 rpm. O câmbio de sete marchas é robotizado der dupla embreagem em banho de óleo e a tração é dianteira. Um conjunto perfeito e agradável de dirigir.
Em situações de descida aparece no painel a informação coasting e acende o símbolo do Start/Stop, indicando que o motor a combustão está desligado e o veículo está rodando em roda-livre, portanto com zero consumo de combustível. Em outra situação de piso plano ou leve inclinação de subida, aparece a informação sailling, onde o motor/gerador está fornecendo potência para manter a velocidade do carro. Nessa situação o motor a combustão está apagado, mas girando impulsionado pelo motor elétrico para transmitir potência às rodas. O comando de válvulas mantém as válvulas abertas o maior tempo possível, de modo a eliminar a resistência da compressão.
Dirigindo o veículo é difícil perceber quando cada modo de propulsão está acionado, e a comutação entre os modos é bem suave. O único indicativo é a mudança das palavras no quadro de instrumento, ou uma percepção mais apurada do motorista.
Todo esse complexo sistema de gerenciamento de potência trouxe o resultado de letra “A” para o nível de emissões no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, e no consumo de combustível ficou na média, letra “C”. O consumo declarado é de 11,5 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada, mostrando que o sistema hibrido leve é mais eficaz nos trechos urbanos.
O novo desenho exterior do Sportage agrada por todos os ângulos de observação. A começar pela grade com DNA da marca que ficou muito bem integrada na linha de fechamento do capô, enquanto a grade principal é bem ampla e ladeada pelas luzes de rodagem diurna (DRL) em formato de bumerangue, lembrando o novo grafismo KIA que aparece na ponta do capô e na tampa traseira. Os faróis são de LED com dispositivo de alto automático, tudo formando o visual frontal do novo Sportage.
Pelas laterais as barras longitudinais do teto elevam o carro e a moldura plástica na parte inferior dar portas, pintada em preto, parece que elevam a já boa altura do veículo. As caixas de roda também recebem molduras em plástico preto brilhante na versão EX Prestige.
Na traseira aparecem novamente elementos decorativos em formatos antagônicos entre as lanternas traseira de LED, e uma barra acrílica não iluminada interliga as duas lanternas. O preto brilhante aparece novamente no para-choque traseiro, contrastando com o cinza acetinado na parte inferior. O teto solar panorâmico complementa com charme o visual externo do veículo.
O revestimento do interior vem no padrão pretinho básico de couro com Alcantara. O forro do teto em cor clara, juntamente com o teto solar panorâmico, aumentam a sensação de espaço. Os bancos têm ajustes elétricos que inclui apoio lombar e são bem confortáveis. Os encostos dos bancos dianteiros estão providos de recursos inovadores, como portas USB-C na lateral central, cabide de roupa, e gancho para sacola já incorporados à estrutura plástica de fechamento do encosto. Além da bolsa porta-revistas que já virou convenção em todos os veículos que temos testado.
Revestimento misto em couro e Alcantara e com desenho que propicia o conforto
Banco traseiro segue o desenho do dianteiro
Espaço para as pernas no banco traseiro é equivalente a suve compacto
Visibilidade desde o banco traseiro não é ruim
Funcionalidades no encosto do banco dianteiro
Cabide no encosto de cabeça mostra a preocupação com a versatilidade
Painel de porta dianteiro tem faixa reflectiva para maior segurança ao abria a porta a noite
Vedação das portas traseiras é muito boa
Ar climatizado para o banco traseiro é mandatório em carro desse tamanho
O ar-condicionado de duas zonas tem saída de ar climatizado pela extensão do console e mostrou-se eficiente e silencioso nos poucos quilômetros de avaliação. Os painéis de porta são desenhados para explorar a funcionalidade, e os apoios de braço são almofadados.
Destaque principal do interior é o painel de instrumentos. Uma tela dupla incorpora o quadro de instrumentos e a central multimídia, que com a cobertura de um vidro inteiriço parece ser uma peça única. O quadro de instrumentos os apresenta no formato analógico tradicional com conta-giros à direita e velocímetro à esquerda, ambos no formato circular. Ao acionar a seta direcional, o mostrador correspondente torna-se uma tela para ponto cego do retrovisor externo, uma solução inovadora e criativa.
Abaixo da central multimídia encontra-se o painel de controle do sistema de ar-condicionado e do sistema de som, operados por alternância de funcionalidade. Mais abaixo está o compartimento do carregador de bateria de celular por indução e tomadas USB. Esse compartimento pode ser fechado, dando mais elegância ao console central.
Na versão EX Prestige o seletor de câmbio é giratório, enquanto na versão EX tem o formato tradicional de alavanca pequena. Modos de condução ECO, Normal e Sport tem seletor junto ao comando do câmbio, e demais acionamentos de controle de descida, freio de estacionamento automático nas paradas, inibição da estratégia Start/Stop e comutação de câmera também se encontram nesse minipainel de controle ao lado dos porta-garrafas e objetos.
Central multimídia tem fácil visualização e é bem completa
Carregador do celular por indução na versão EX Prestige
Câmera 360 graus é outro requinte da versão EX Prestige
A posição de dirigir é muito boa, com ampla visão 360 graus que ainda tem o auxílio do excelente sistema de câmera 360 graus e simulação de visão aérea. Os ajustes de altura e distância do volante facilitam encontrar a melhor posição e a visibilidade dos comandos é total. Para aqueles que apreciam, o pedal do acelerador tem articulação no assoalho e o pedal de freio tem excelente modulação de esforço versus desaceleração proporcionado pelo freio a disco nas quatro rodas.
A Kia destaca o conteúdo tecnológico que está incorporado nas duas versões do novo Sportage, dando maior segurança e conforto ao dirigir. O pacote de itens do ADAS (Advanced Driver Assistance System – sistema avançado de ajuda ao motorista) é bem completo e alguns sistemas podem ser habilitados através de botões no volante multifuncional, como sistema de permanência e centragem em faixa e ajuda involuntária de saída, controle de velocidade de cruzeiro adaptativa com assistente de congestionamento, permitindo o anda e para automático, alerta de fadiga do motorista, prevenção de colisão em conversões, e alerta de colisão frontal.
Seis bolsas infláveis (duas frontais, duas laterais e duas cortinas) contornam toda a cabine, engates Isofix com ancoragem superior para dois bancos infantis, sensores de estacionamento traseiro e dianteiro e assistente de partida em rampa compõem o pacote de itens de segurança.
Segundo Jose Luiz Gandini, presidente da Kia do Brasil, o Sportage sempre foi o carro-chefe de vendas da marca no Brasil, e esta quinta geração chega para manter a tradição no mercado brasileiro, pois traz esse inovador sistema hibrido leve de 48 volts. Gandini ainda reforça o rumo da marca na oferta de veículos híbridos e elétricos e promete surpreender os consumidores com modelos eletrificados. A conferir!
Engenheiro Mecânico, tem uma vida ligada ao automóvel, desde os 10 anos de idade já acompanhava o tio e o avô na oficina mecânica, e curtia os carros de avaliação de qualidade da Vemag e VW que o pai trazia para casa. Aos 20 anos de idade ingressou na área automobilística onde trabalhou na Mercedes-Benz (2 anos), BorgWarner (3) e GM (30). De 1989 a 1995 correu na categoria Super Stock (Opala 6 cil). Em 2004 montou a equipe Chevrolet Endurance Team para disputar o Campeonato Brasileiro de Endurance (2004 a 2012) onde conquistou vários títulos individuais e da equipe. Na GM atuou na área de Engenharia de Desenvolvimento e Validação no Campo de Provas e gerenciou diversas áreas técnicas no Brasil, Estados Unidos e América Latina.
Seriedade, diversidade e emoção desde de 2008. Conteúdo próprio, abordagem emocional e diversidade feito por apaixonados por carros
Entre na sua conta abaixo
Fill the forms bellow to register
Por favor, entre com seu nome de usuário ou e-mail para ressetar a senha