A BeGreen, maior fazenda urbana da América Latina, foi escolhida para implantar uma tecnologia inédita no Brasil: um modelo híbrido de produção hidropônica e verticalizada que utiliza iluminação de LED para potencializar a produtividade sem agredir o meio ambiente.
O convite foi feito pela AES Brasil, fomentadora do projeto, e inclui a parceria do Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia – Brasil (Csem), desenvolvedor da tecnologia. O projeto, com aporte de R$ 3 milhões, acaba de ser implantado na fazenda urbana do iFood, viabilizada pela BeGreen em agosto deste ano e localizada no último andar da sede da empresa em Osasco (SP), utilizando apenas 72m² dos 950m² de plantação.
A expectativa é de que a produtividade dessa ilha vertical seja, no mínimo, três vezes maior do que o restante da fazenda, que já produz 1,7 tonelada por mês de hortaliças, frutas e legumes livres de agrotóxicos.
O diretor de Produção e Pesquisa em Desenvolvimento da BeGreen, Marco Wunderlich, explica como isso é possível: “Existem dois modelos de produção em estufa: um que permite a entrada de luz solar e outro, chamado indoor, que não permite a passagem de luz. Ao aplicarmos um modelo híbrido, utilizamos a luz solar no fotoperíodo e, quando a noite chega, utilizamos uma iluminação artificial – por lâmpadas LED – para que as plantas continuem crescendo. Combinada à maior velocidade de produção, a otimização do espaço aumenta a quantidade produzida. Em modelo horizontal, a cultura hidropônica produz 42 plantas por m², já no modelo vertical, são 120 plantas por m².”
O projeto está alinhado ao propósito da AES Brasil de acelerar o futuro da energia e contribui diretamente para dois importantes “D” para o setor elétrico: a descentralização da produção de alimentos e a descarbonização. “A iniciativa tem por objetivo descentralizar a produção de alimento, deixando-a mais próxima ao ponto de consumo e, também, preza pela descarbonização da cadeia, ao reduzir as emissões com o transporte. Além disso, visa a reduzir o uso de defensivos agrícolas, contribuindo para a sustentabilidade do planeta”, explica a gerente de P&D e Inovação da AES Brasil, Julia Rodrigues.
A AES buscou na parceria com o Csem a expertise para o desenvolvimento da tecnologia necessária ao projeto. O centro de pesquisa criou uma solução capaz de simular a variação da intensidade luminosa que ocorre durante o dia.
Para realizar esse complemento luminoso de forma eficiente, foi desenvolvido um sistema de otimização da energia elétrica utilizada pelos LED e, visando a escalabilidade desse mercado, a estrutura foi projetada para se encaixar como lego, utilizando peças leves de alumínio e ferramentas manuais.
De acordo com o Desenvolvedor de Negócios do Csem, Fernando Mendes, o desenvolvimento de uma plantação verticalizada híbrida exige um controle preciso da intensidade de luz nas diferentes camadas da estrutura. As plantas que estão sendo cultivadas nos níveis inferiores sofrem maior sombreamento e, consequentemente, precisam de mais iluminação artificial.
“Um dos desafios do Csem Brasil nesse projeto pioneiro nacionalmente foi o desenvolvimento de um sistema de LED ‘full spectrum’ que fosse programável automaticamente de forma remota, a partir da variação da luz solar. Outro ponto importante foi o desenvolvimento de um sistema de custo reduzido, que visa aproximar o resultado do projeto de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] de uma aplicação comercial”, destacou.
O projeto-piloto promete mais sustentabilidade para o futuro das plantações no Brasil. As lâmpadas de LED são até 80% mais econômicas do que as lâmpadas convencionais e compensam a utilização de iluminação artificial em plantações verticais por estas serem muito mais produtivas. Além disso, a cultura hidropônica, utilizada pela BeGreen desde a sua criação, reduz o gasto de água em 90%.
Em média, uma hortaliça produzida de forma convencional gasta 60 litros d’água, enquanto na produção hidropônica, a mesma hortaliça gasta apenas 6 litros d’água até ser colhida. “Esse projeto coloca a BeGreen, mais uma vez, na vanguarda da tecnologia aplicada à produção no Brasil e vai viabilizar a implantação de fazendas urbanas em espaços antes inimaginados”, conclui Marco Wunderlich.
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